O primeiro passo da Seleção Brasileira na busca por uma vaga na Copa do Mundo de 2022

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No último dia 9 de outubro, quando o Brasil entrou em campo no estádio Neo Química Arena – anteriormente conhecido como Arena Corinthians – para jogar contra a Bolívia pela primeira rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, já se haviam passado 11 meses desde que a seleção havia feito sua última partida.

Isto porque o último jogo do Brasil havia sido em 19 de novembro de 2019, quando a Canarinho derrotou a Coreia do Sul por 3 x 0 em partida realizada em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, como parte da Chevrolet Brasil Global Tour.

Para muitos, a seleção não fez mais do que a obrigação ao golear a Bolívia por 5 x 0.

Afinal, o Brasil jogou em casa, ainda que sem público, diante de uma equipe que é normalmente considerada uma das mais frágeis do continente – os bolivianos até hoje se classificaram para apenas uma Copa do Mundo, em 1994.

Além disso, como lembra uma matéria publicada no portal MSN dois meses antes dessa partida, o venezuelano César Farías, treinador da Bolívia, decidiu limitar o número de convocados das equipes do Bolívar e do Jorge Wilstermann, visto que ambas se viam disputando a fase de grupos da Copa Libertadores.

Números do ataque e da defesa brasileira

Ainda assim, seria um erro menosprezar o que a Seleção Brasileira fez em sua primeira partida de 2020, principalmente se considerarmos o constante processo de renovação do grupo: dos 23 convocados para essa partida e para a seguinte, contra o Peru, apenas cinco atletas tinham 30 anos ou mais.

Essa renovação da equipe ficou mais evidente pelo fato de Tite ter convocado Gabriel Menino, do Palmeiras, jogador de 20 anos de idade.

Entretanto, ainda mais importante do que isso é destacar como Rodrgyo, Renan Lodi e Douglas Luiz – todos com idade em torno dos 20 e poucos anos – vêm ganhando cada vez mais espaço com o treinador.

Outro aspecto relevante foram os números de finalizações da partida: a seleção finalizou 20 vezes a gol, e a Bolívia, apenas 3. Uma boa forma de se dimensionar a importância de tais números é trazer uma declaração do próprio Tite.

O treinador, sempre tão afeito às estatísticas do futebol, disse que, a fim de jogar bem, “a equipe tem que finalizar no mínimo 16 vezes”.

E essa era justamente a média de finalizações da seleção em seus 24 jogos oficiais à frente da Canarinho até então.

Como se vê, não é à toa que fica cada vez mais difícil encontrar quem ainda tenha a coragem de dizer que considera o gaúcho um treinador retranqueiro.

Por outro lado, o próprio Tite também não parece fazer muita questão de esconder a sua obsessão quanto ao desempenho defensivo dos times que dirige, e mesmo a Seleção Brasileira – normalmente caracterizada por apresentar um futebol alegre e ofensivo – não seria uma exceção.

De fato, as estatísticas talvez sejam mais impressionantes quanto ao número de gols que o Brasil de Tite não sofreu: como destacou uma matéria do portal GE, nas Eliminatórias para a Copa de 2018 a seleção levou apenas 11 gols em 18 jogos, tendo tido apenas 150 finalizações contra a sua meta.

Tudo isso ajuda a elucidar o porquê de, em 12 de outubro, os prognósticos de sites de apostas em futebol apontarem a Canarinho como a favorita para se sagrar campeã mundial no Catar em 2022: enquanto o título do Brasil oferecia um retorno de 7.00, um título da atual campeã, a França, oferecia um retorno de 8.00.

Isso se faz ainda mais notável ao constatarmos que a seleção treinada por Didier Deschamps continua tendo um aproveitamento excelente dentro de campo, como se vê no seu atual desempenho no grupo 3 da Liga das Nações.

Neymar e o futuro

É importante falar também sobre Neymar. Antes da estreia nas Eliminatórias, o atacante do Paris Saint-Germain já era o terceiro maior artilheiro da seleção, com 61 gols – a apenas um de se igualar a Ronaldo.

O fato de Neymar não ter ficado obcecado em aproveitar a fragilidade defensiva da Bolívia para chegar logo a esses 62 gols pelo Brasil é uma mostra do seu amadurecimento enquanto atleta.

Tal amadurecimento é fundamental para que ele seja um exemplo de categoria e responsabilidade para os atletas do futuro.

Por enquanto, isso será visto apenas nas Eliminatórias, mas espera-se que o mesmo ocorra na Copa América, a ser realizada em junho do ano que vem.

Por fim, há que se destacar que qualquer ajuste de percurso deverá ser feito de forma rápida. As Eliminatórias começaram sete meses depois do previsto e terminarão apenas no primeiro semestre de 2022.

Isso deixa muito pouco tempo para qualquer teste extra que Tite queira fazer antes da próxima Copa do Mundo, que terá início em novembro de 2022. Tudo isso, é claro, partindo-se do pressuposto de que a seleção brasileira e Tite continuarão juntos até la.

 

 

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