Paraplégica após contrariar decisão médica e manter gravidez, a atleta paralímpica Mônica Santos conta com apoio da torcida para surpreender as favoritas e buscar o 1º pódio feminino do Brasil.
Principal atleta feminina do Brasil na esgrima, a gaúcha tentará surpreender as favoritas ao título do florete na categoria A nas Paralimpíadas do Rio. Paolla, a filha, hoje com 13 anos, estará na torcida gritando pela mãe.
Mônica tinha 18 anos quando soube que estava grávida. Mas em meio à alegria pela maternidade, veio o susto. “Me tornei cadeirante em 2002 por opção. Eu estava com dois meses de gestação quando tive um angioma medular e optei por ter a neném e ficar paraplégica. Não foi uma questão religiosa. Foi uma questão humana”, conta Mônica. “Acho que, se cada um tivesse um pouquinho mais de humanização, o país estaria bem melhor. No momento eu nem pensava em ser contra aborto ou a favor. O fato é que eu queria ter um bebê, ali era uma vida, e eu não queria tirar aquela vida. Acho que era um ser humano desde o momento que estava ali batendo o coraçãozinho”.
Ela, que à época jogava futebol, não perdeu o ímpeto competitivo com a maternidade, ao contrário. Procurou esportes adaptados e fez vários testes. Se arriscou na natação, no tênis de mesa e no tiro esportivo. A bola da vez era o basquete em cadeira de rodas, quando conheceu Jovane Guissone, que usava a modalidade para aprimorar a forma física.
Ele, na verdade, era um expoente da esgrima em cadeira de rodas e em 2012 se tornaria o primeiro campeão paralímpico do Brasil no esporte, mais precisamente na espada, categoria B.
Em um ano foi convocada para a seleção brasileira permanente e logo firmou-se como principal atleta feminina do país. A esgrima em cadeira de rodas terá competição de 12 a 16 de setembro, na Arena Carioca 3.
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