Polícia investiga denúncia de negligência médica em aborto de adolescente de 14 anos

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A Polícia Civil de Duartina (a 75 km de Marília) instaurou um inquérito para investigar uma denúncia de negligência médica que teria resultado em um aborto de uma adolescente de 14 anos na Santa Casa da cidade.

Segundo o boletim de ocorrência, a garota deu entrada no hospital na noite do dia 11 de outubro, quando estava grávida de 23 semanas e com queixas de dores na parte inferior do ventre.

Em depoimento à polícia, a mãe relatou que foram realizados exames para escutar os batimentos cardíacos do bebê e que não foram encontradas anormalidades pela equipe médica.

Sem exames e aborto

Segundo relatos da adolescente e de sua mãe, o médico de plantão não teria examinado fisicamente a paciente e atestou que o quadro era de infecção urinária, o que poderia ser confirmado apenas no dia seguinte por meio de um exame de sangue. Por conta disso, o profissional deu alta médica à paciente.

No dia seguinte, a menor voltou a sentir dores e foi levada novamente ao hospital, relatando à uma enfermeira que sentia como se algo estivesse "saindo dela". Todavia, a informação teria sido ignorada pela profissional, afirmando que era "coisa da cabeça dela".

Pouco depois, ocorreu o aborto, sem o rompimento da bolsa, com o bebê ainda na placenta. Um outro ginecologista foi chamado e tentou encaminhar o recém-nascido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, mas não obteve sucesso e declarou a morte da criança.

Omissão e maus tratos

O caso foi registrado na delegacia de Duartina como maus-tratos e omissão de socorro. A criança nasceu com mais de 500 gramas, o que exigiu a emissão de uma certidão de óbito, que só foi entregue à família uma semana após o ocorrido.

A Santa Casa de Misericórdia de Duartina informou que não apresentará esclarecimentos públicos em relação ao caso, em cumprimento à legislação vigente e que as partes envolvidas ainda não foram notificadas.

A coordenadora administrativa da unidade, Cilene Rodrigues, observou que o hospital vai "aguardar as apurações, pois a Santa Casa possui todos os prontuários médicos à disposição da Justiça".

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