Correr virou uma mania. E isso é altamente positivo quando se pensa nos benefícios que traz para a saúde. Mas as motivações para colocar um tênis e para sair por ruas, estradas ou parques também pode ser de outra ordem. Há os que tentam fugir da morte ou dos outros. E até mesmo os que não desejam encontrar a si mesmos.
O filme "Mais que vencedores" coloca algumas dessas abordagens. Conta a história de um treinador de time de basquete de ensino médio, interpretado por Alex Kendrick, também diretor da obra, que vê sua equipe desmantelada quando a maior fábrica da cidade é fechada e as famílias de seus melhores jogadores vão para outros municípios.
Resta-lhe treinar uma única corredora de cross-country, uma menina negra e asmática, oriunda de uma família desestruturada. O que parecia ser um fardo torna-se a sua salvação. Existe um viés religioso no filme que pode afastar alguns, mas o ponto mais forte da obra está no momento em que o pai da atleta grava um áudio para que ela possa correr a final estadual.
O texto dito pelo pai, ex-atleta e moribundo devido ao uso de drogas, é uma feliz mescla de palavras motivacionais com lições de vida. A analogia entre subir e descer colinas e ultrapassar competidores com uma trajetória existencial obriga a refletir sobre por que existimos e por que corremos. Será para fugir de algo ou para nos conectar conosco e com o mundo?
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