Após 15 anos de ajuda do governo federal, em geral mediante redução do IPI, as montadoras agora têm de enfrentar a dura realidade de salvarem sozinhas o mercado nacional. Com ajuste fiscal, não haverá mais ajuda de Brasília para reaquecer o mercado através de desoneração.
Com 19% de queda de janeiro a abril, o mercado nacional corre o risco de fechar 2015 com 2,8 milhões vendidos, o menor índice desde 2008. Além disso, o país caiu de quarto para oitavo produtor mundial, o que significa dizer que o interesse global pelo Brasil naturalmente vai diminuir.
As montadoras tinham previsão de ampliar a produção em 1,6 milhão nos próximos anos, mas o volume adicional não deve passar de 1 milhão. Sem previsão de recuperação rápida, as empresas têm de apostar em maior produtividade e eficiência, bem como focar em segmentos mais rentáveis, como o dos utilitários esportivos, por exemplo.
Mas nem todo mundo pode imediatamente se ajustar ao panorama atual e pelo menos 4,6 mil já foram demitidos em 2015 por causa da baixa produtividade, onde a ociosidade média está em 37%.
Se o horizonte não mudar, o ano pode fechar com 41% e muito mais gente perderá o emprego.
Atualmente a indústria automobilística emprega 140 mil pessoas, o menor volume desde 2008.
O mercado em baixa já fechou 250 revendas e demitiu mais de 12 mil, mas esse número pode chegar a 40 mil até dezembro se o ritmo atual continuar.
Para os especialistas, a saída para o reaquecimento das vendas no Brasil é a ampliação do acesso ao crédito, aumento da confiança do consumidor e estímulos na economia. A partir disso, as montadoras poderão andar com as próprias pernas e voltar a investir no país, sem nenhuma ajuda do governo.
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