Cachês milionários, disputa pelos holofotes, brigas na hora da divisão dos lucros. A história podia ser a de uma banda de rock, mas é a dos Trapalhões: Didi, Dedé, Mussum e Zacarias.
O quarteto foi responsável por algumas das cifras mais notáveis do cinema brasileiro – dos 20 filmes nacionais mais vistos na história, 7 são dos Trapalhões. Sem contar a carreira que foi além das salas de cinema, com programas de TV, shows e produtos licenciados.
Os bastidores dessa convivência são o assunto de "Trapalhadas sem Fim", série documental em cinco episódios dirigida por Rafael Spaca.
Ainda em fase de produção e com mais de 70 horas de material bruto, a obra traça um panorama da trajetória dos Trapalhões desde os primórdios, com o encontro entre Aragão e Santana nos anos 1960, até a reunião recente dos dois, com um musical e depois o filme "Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood", de 2017.
Spaca entrevistou mais de 60 pessoas para o seriado. E, mesmo não deixando de lado o legado de inovação dos Trapalhões, ele não passa ao largo das polêmicas que rondam o grupo, como a suposta divisão desigual de lucros entre Aragão e os demais integrantes, além de puxadas de tapete dos demais membros.
A projeção da figura de Aragão é apontada como uma das causas do rompimento do grupo, em 1983. Então sem o nome "Os Trapalhões", uma vez que o cearense havia registrado o título pela Renato Aragão Produções, os três formaram a empresa Demuza e decidiram pôr de pé um filme independente, "Atrapalhando a Suate", ao mesmo tempo em que Aragão filmava "O Trapalhão na Arca de Noé".
Lançados no mesmo mês, os filmes dividiram o público e alcançaram respectivamente cerca de 1 milhão e 2 milhões de espectadores –outras produções do quarteto chegaram à marca dos 5 milhões. Menos de um ano depois, os humoristas estavam juntos mais uma vez.
Didi e Dedé, aliás, são dois nomes que não figuram na longa lista de entrevistados da série. Em resposta enviada por email, Renato Aragão, chama de mentirosos os testemunhos de entrevistados.
Aragão acrescenta no email que pretende, em parceria com Dedé, contar sua versão da história dos Trapalhões.
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