Título polêmico de Senna completa 25 anos

Em uma manobra polêmica, o acidente entre Ayrton Senna e Alain Prost logo na primeira curva garantia o bicampeonato mundial ao brasileiro.
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Japão, 21 de outubro de 1990. O público no autódromo de Suzuka e milhões de fãs da Fórmula 1 não precisaram de mais do que 10 segundos para conhecer o desfecho de um dos momentos mais tensos da história da categoria. Em uma manobra polêmica, o acidente entre Ayrton Senna e Alain Prost logo na primeira curva garantia o bicampeonato mundial ao brasileiro.

A história começa em 1989, segundo ano do "Dream Team" da McLaren formado por Senna e Prost. Após o primeiro título de Ayrton, no ano anterior, a relação dos pilotos começou a estremecer no Grande Prêmio de San Marino, quando o brasileiro teria descumprido um acordo entre os dois de não atacar quem chegasse na frente na primeira curva.

Meses depois, na penúltima prova da temporada, a rivalidade ganhou outra dimensão. Caso Senna não terminasse aquele GP do Japão, o francês seria tricampeão do mundo. Pole position, o brasileiro perdeu a ponta para Prost logo na largada.

Após uma disputa acirrada durante toda a corrida, os dois se tocaram a seis voltas do fim, ao dividirem a freada em uma chicane.

Enquanto Prost abandonava, Ayrton pedia que os comissários de pista empurrassem seu carro para retornar à prova. Em uma recuperação impressionante, o brasileiro venceu a corrida, mas acabou desclassificado por uma decisão da Fisa (hoje chamada de FIA) contestada por muitos até hoje.

O presidente da entidade, Jean-Marie Balestre, compatriota e amigo de Prost, alegou que Senna não poderia ter retornado à corrida pela área de escape.

Novamente no GP do Japão, a situação do campeonato anterior se repetiu, com uma exceção: se Prost não terminasse, era Senna quem seria campeão.

O clima, antes da corrida, ganhava contornos dramáticos. Não bastasse a tensão criada pela polêmica do ano anterior, a reunião da direção de prova com os pilotos antes da corrida ficou marcada por um protesto de Senna.

Ainda que o título de Ayrton Senna não tenha vindo da maneira que os fãs esperavam, a penúltima etapa da Fórmula 1 em 1990 traz ótimas recordações aos brasileiros. Foi naquele GP do Japão que o País conquistou sua última "dobradinha" na categoria.

Após o acidente entre Senna e Prost, Gerhard Berger assumiu a ponta, mas também acabou abandonando ao perder a direção do carro e rodar já na segunda volta. Nigel Mansell, novo líder, manteve a ponta até a 26ª volta, quando entrou no pit stop para trocar os pneus.

Ao retornar à pista, seu carro perdeu potência no motor e o inglês também deixou a prova.

A partir daquele momento, os dois primeiros lugares não mudaram: Nelson Piquet, na ponta, e um surpreendente Roberto Pupo Moreno na segunda colocação.

Os dois guiaram até o fim e subiram ao pódio acompanhados de Aguri Suzuki, da Larrousse, o primeiro japonês a terminar uma prova entre os três primeiros.

Moreno foi chamado às pressas pela Benetton após o grave acidente de helicóptero de Alessandro Nannini, que coincidentemente havia herdado a vitória no Japão em 1989, após a desclassificação de Senna.

O italiano, que chegou a ter o braço direito amputado e reimplantado, depois retomou a carreira e competiu em campeonatos de turismo.

Com a bandeirada, a Benetton conquistou sua primeira dobradinha e o Brasil, a 11ª e última. José Carlos Pace e Emerson Fittipaldi, duas vezes em 1975, e Ayrton Senna e Nelson Piquet, oito vezes entre 1986 e 1990, foram os responsáveis pelas outras dez.

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