Tribunal de Justiça manda prender novamente motorista flagrado transportando 832 quilos de cocaína

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Apesar da quantidade, juíza havia entendido que ele não era "perigo à sociedade".

O desembargador Christiano Jorge, do Tribunal de Justiça, mandou prender novamente o motorista que havia sido flagrado transportando 832 quilos de cocaína na região de Ourinhos. Ao passar por audiência de custódia, a juíza Alessandra Mendes Spalding decidiu pela liberdade provisória do acusado, aceitando os argumentos do advogado de que ele tem família e com "laços sólidos com a comunidade".

A carga de cocaína, avaliada em cerca de R$ 50 milhões, foi apreendida durante operação da Polícia Rodoviária Estadual e da Força Tarefa de Combate ao Crime Organizado (Ficco) na rodovia Raposo Tavares, próximo a Ipaussu. O transporte era realizado numa carreta. O motorista ainda tentou fugir mas não conseguiu.

O flagrante foi realizado na Delegacia da Polícia Federal em Marília. Tudo seguia dentro dos trâmites policiais até que a juíza entendeu que ele poderia responder pelo crime em liberdade, impondo apenas algumas medidas cautelares.

Secretário critica

Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite havia classificado como “inadmissível” a decisão da Justiça que liberou o motorista de um caminhão apreendido com 832 quilos de cocaína em Ipaussu:

“Tivemos ocorrências muito expressivas durante a semana com apreensões que atingem diretamente a economia ilícita do crime organizado, mas para que o resultado de nossas ações seja efetivo, a sociedade precisa que todas as esferas estejam em consonância com esse objetivo”.

O secretário avaliou que a liberação do motorista, determinada pela juíza Alessandra Spalding, reforça o sentimento de impunidade: “A soltura em audiência de custódia de alguém que levava quase 900 quilos de cocaína é inadmissível, pois dá um claro recado de impunidade”, criticou Derrite.

De volta à prisão

O Ministério Público não concordou com a decisão e recorreu ao Tribunal de Justiça que mandou prender novamente o acusado.

O desembargador entendeu que o caso era realmente grave e que o motorista poderia estar envolvido em organizações criminosas, o que não pode ser superado "apenas em razão da primariedade do indiciado".

Após a expedição do mandado de prisão, o caminhoneiro foi localizado pela Polícia Militar do Paraná em frente à sua casa em Londrina. Agora, vai aguardar o julgamento novamente na prisão.

Confira trechos da decisão do desembargador:

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