Uma vacina que leva o organismo a produzir anticorpos contra a nicotina - uma das substâncias presentes no cigarro, que provocam sensação de prazer e dependência - já está sendo testada em 275 pessoas, com idades entre 18 e 60 anos, no Canadá.
A pesquisa, que está sendo desenvolvida pela farmacêutica Pfizer, começou em 2012 e já teve sucesso em roedores.
A vacina deverá estimular o sistema imunológico e criar anticorpos contra a nicotina. Não há previsão de término do estudo e lançamento no mercado.
A ideia é que esses anticorpos “grudem” na nicotina e, como se tornarão uma única molécula “grande”, não conseguirão ultrapassar a barreira hematoencefálica [cerebral]. Assim, a nicotina não chegará ao cérebro e a pessoa não irá obter a sensação de prazer com o cigarro.
Além de ajudar na possibilidade de reduzir ou eliminar o vício do cigarro, novas doses da vacina fariam o corpo continuar produzindo mais anticorpos por conta própria, e isso contribuiria para impedir recaídas.
De acordo com a diretora da Pfizer, a vacina seria destinada a pessoas que são viciadas no tabaco e têm o desejo de parar de fumar.
Na opinião da cardiologista do Incor, a imunização “seria mais atrativa no aspecto preventivo do que como tratamento”.
Na medida em que a vacina faz um bloqueio da nicotina, a pessoa passa pelo processo de abstinência, que provoca sintomas como irritabilidade, falta de concentração, fome excessiva e ansiedade. Essa situação poderia ser tratada de outra forma, com medicação por exemplo. Então, a princípio, o ideal seria vacinar pacientes que já pararam de fumar para evitar a recaída, já que mais de 50% das pessoas que param de fumar acabam voltando. E também grupos de riscos, como filhos de fumantes e pessoas de classes sociais mais baixas, para que não caiam no vício.
A Pfizer informou que o estudo clínico da vacina antitabaco está em estágios iniciais (fase 1) e deverá ser concluído em dezembro desse ano. Nessa etapa, são avaliadas a segurança, a tolerabilidade, a imunogenicidade (capacidade de dar resposta imunológica) e mensuração de dose em adultos.
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