Após cinco mandatos como deputado estadual (aliás, o primeiro deles como o mais novo do Estado, aos 22 anos) e também uma experiência como chefe do Executivo, em 2012, Vinicius Camarinha, de 44 anos, retorna ao cenário político municipal como candidato a prefeito de Marília nas eleições do dia 6 de outubro.
Ao ser perguntado se estaria "mais amadurecido", politicamente falando, foi categórico: "a cada mandato você amadurece mais. Nenhum mandato é igual ao outro. A vida é um eterno aprendizado".
Filho do ex-prefeito e deputado, Abelardo Camarinha e de Paula Camarinha, Vinicius Camarinha é casado e pai de dois filhos.
Confira a entrevista:
Visão Notícias: o que levou você a ser candidato a prefeito de Marília?
Por ter absoluta convicção que eu posso fazer mais pela cidade, por ter mais experiência, já ter sido prefeito, saber o que deu certo e errado, por conhecer todo mundo lá na vida pública em São Paulo, Brasília. Ser amigo do governador. Troco mensagem com ele aqui no telefone, semanalmente. Quem faz isso? Quem tem esse acesso? A gente eleva a cidade num patamar diferenciado para buscar recursos. Tenho amizade com o vice presidente da República, tenho amizade com deputados federais, com senadores.
Poxa, eu posso ajudar. Tenho condição de ajudar a cidade. Eu vou ficar vendo a cidade, nessa catástrofe, um bando de adversários aí, aventureiros, inexperientes, querendo se valer da Prefeitura para arrumar a vida da empresa deles, tem cabimento? Eu sou daqui. Eu tenho uma história aqui com a cidade. Sou mariliense. Meus ancestrais estão sepultados aqui. Se a cidade afundar, eu afundo junto. Então estou aqui para ajudar, fazer mais, para melhorar a vida das pessoas.
Tô vendo o povo gemer com tanto problemas na saúde pública, gemer sem diagnóstico. Seis anos para um exame particular, um exame de imagem ou uma consulta com especialista ou qualquer outro procedimento médico? É um absurdo. Acabaram com a cidade. A cidade virou um caos. Tá na cara, né?
Um bilhão e meio de dívidas sem nenhuma obra. A cidade não tem nenhuma obra. Deixou um passivo desse tamanho e nenhum benefício para a população. A gente sabe para onde foi esse benefício, a gente sabe. E eu vou fazer uma auditoria para apurar tudo o que aconteceu na Prefeitura se eu chegar lá. Por isso que os adversários estão desesperados, a gente está aí na frente das pesquisas. Eles ficam desesperados, porque nós vamos realmente responsabilizar as pessoas que estão castigando do nosso povo.
Visão Notícias: Quais são as suas propostas para a área da saúde?
Eu vou fazer uma parceria com o Estado e você sabe que eu consigo. A gente vai ter aqui o AME, o "Poupatempo da Saúde". Nós vamos ter todas as especialidades num lugar só, com exame laboratorial e exame de imagem. Para você chegar lá com a tua família, com o teu filho ou com o idoso, vai sair com o diagnóstico. Depois ele vai ser operado, cirurgia e tal, e aí a gente vai ajudar os hospitais a dar o encaminhamento.
É recuperar as UBSs e PSFs que estão destruídas, todas destruídas. Você tem UBS até com mofo, não tem reforma, não tem cuidado com o espaço físico. O RH faltando gente, os médicos sobrecarregados. Não tem médico, não tem enfermeiro, então sobrecarrega a equipe. A pessoa fica três horas na fila. Quando chega lá, não tem remédio.
As pessoas estão sendo tratadas com indignidade aqui na saúde pública do município por culpa desse prefeito que abandonou a cidade, em especial a saúde pública. Então eu vou ter essa missão. Vou recuperar a saúde. Vou trazer dinheiro de fora, com o governador, com os deputados estaduais e federais que são meus amigos, vou trazer dinheiro para a cidade. Eu sei como fazer isso. Então isso me trouxe até aqui, porque eu vou ficar vendo tudo isso acontecer e vou ficar calado?
Visão Notícias: suas propostas para a área da educação?
Fui o prefeito amigo da criança, título dado por uma entidade séria. A criança vai reinar aqui em Marília, com tudo o que há de melhor, comida, boa educação, bom material, bom uniforme... professor satisfeito, todo mundo engajado. A mãe vai estar tranquila, trabalhando, sabendo que o filho está lá, estudando numa escola de primeira, vai poder trabalhar com tranquilidade porque o seu maior patrimônio está sendo bem atendido.
Nós vamos deixar a educação "top", voltar a ser uma das melhores do Brasil. A gente sempre teve essa característica. As crianças falam para mim nas carreatas que estão comendo leite e bolacha. Então, tudo isso nós vamos trabalhar muito para fazer da educação o futuro da nossa cidade.
Vou além da educação municipal. Nós vamos fazer a Fatec nova, lá em Lácio, que nós temos 15 alqueires. O Instituto Federal, nós vamos conseguir para Marília fazer um polo industrial novo, um novo distrito, parque tecnológico.
Os investimentos que nós vamos fazer na educação atende as crianças especiais, tem muita criança com autismo. Eu nunca vi nada igual. A gente precisa acolher essas crianças, fazer fazer uma parceria com o Espaço Potencial, dobrar o tamanho dele, fazer salas que possam acolher essas crianças especiais na nossa rede municipal, na EMEI e na EMEF. Estou discutindo bastante isso, mas nós vamos atender essas crianças custe o que custar. A Marília tem recursos para isso e eu vou priorizar.
Visão Notícias: Outra questão importante é quanto ao esporte. Quais são as suas propostas?
Todos os poliesportivo abandonados, os centros comunitários abandonados, as praças abandonadas, não tem nada funcionando. É revoltante, sabe? Então vamos fazer um trabalho de revitalização. Eu vou recuperar os poliesportivos, vou trazer recursos de fora.
Também quero fazer como eu fiz no nosso governo, que é o Centro Esportivo de Marília, com todas as modalidades esportivas. A gente tocava o Clube dos Bancários. Tinha duas mil pessoas lá fazendo esporte... natação, artes marciais, basquete, vôlei. Poxa, era maravilhoso. Acabaram com isso também. Até os Bancários não existe mais, né? Então nós vamos retomar esses programas.
Quero fazer um trabalho muito bom com a AMEI, o esporte inclusivo. Nós vamos dar atenção para eles. São pessoas, crianças especiais, adultos especiais. A gente precisa dar uma atenção. Fazer escolinhas nos bairros, futebol para a meninada, para jogar bola. Dá para gente fazer e pensar em esporte amador, profissional. Ajudar a cidade a ter algumas equipes que a gente nunca mais teve nada.
Quero lutar para ter um centro olímpico aqui em Marília. Vou falar no governo federal. Tem ideia de fazer isso lá no Pedro Sola. A gente já tem bons talentos. Então, vamos olhar com atleta mariliense, faz parte de um trabalho de apoio ao social, à saúde mental. Ele está interligado com interfaces importantes na qualidade de vida das pessoas. Então nós vamos. Nós vamos impulsionar muito o esporte aqui na cidade.
Visão Notícias: Como nós dissemos, o calcanhar de Aquiles também é questão de mobilidade urbana. O que a gente pode esperar?
Eu fiquei impressionado. Quem é deficiente aqui na cidade de Marília está na pior. Não tem acessibilidade. Cadeirante não consegue transitar nas nossas calçadas. O deficiente visual não consegue atravessar uma rua aqui porque não tem semáforo sonoro para ele poder saber. A mesma coisa com os deficientes auditivos. Também tem muita dificuldade em se relacionar com o poder público nas coisas públicas.
O asfalto da cidade é um caos. Não é só asfalto em época de eleição. Nós vamos implantar o programa Rua Nova, quatro anos de recape, tapa buraco. Vou fazer uma frente muito forte isso. Isso é um problema sério, porque toda cidade é o patrimônio nosso, a segurança. Eu vou dar muita atenção para esse assunto. Aliás, o nosso plano de governo foi ouvindo todo mundo. Então nós vamos trabalhar bastante.
Visão Notícias: outra questão também complicada é quanto aos radares. Qual a sua posição com relação a isso?
Eu nunca vi. Uma ação tão penosa ao trabalhador, financeiramente. Realmente é assustador o que estão fazendo com o povo. Pessoal que tem sua 'motinha' para vender alguma coisa e o cara que trabalha no Uber no taxi.
Todo mundo está assim: apavorado porque a gente percebe que as pessoas estão sendo multadas por estarem distraídas, não porque está correndo 41, 42 quilômetros por hora quando o limite é 40, pegadinha que o semáforo fecha. Aí, se o verde já entra no amarelo, se acelera para atravessar o semáforo, tem um radar lá para te pegar.
Isso nós não vamos permitir mais. Eu vou ser um prefeito amigo do povo, uma Prefeitura que tenha a boa relação com as pessoas e não permitam que seja um sacrifício financeiro na cabeça do trabalhador. Já não está fácil para ninguém. O custo de vida alto salário já não é aquela coisa e ainda vem multa para tudo quanto é lado. Há mas você vai controlar a velocidade? Vou de forma educativa, preventiva. Vamos fazer estudos mais adequados, mas penalizar o povo, nós não vamos. E eu vou acabar com esses radares o ano que vem.
Visão Notícias: quanto a questão da água e esgoto de Marília, o abastecimento da cidade. Qual sua proposta?
Você viu que nós estávamos no caminho correto. Em 2015, quando veio a grande crise econômica.. a Lava Jato, problema financeiro, impeachment da presidente da República... obras paralisadas, uma crise gigantesca no país inteiro...
Nós não tínhamos outra saída a não ser estudarmos a concessão do DAEM em Marília. O município não tem capacidade de investimento. O Estado não tem capacidade de investimento. A União não vai ter capacidade de investimento para as cidades.
A gente fez um projeto de concessão robusto, forte, e fomos à frente. Pode até ter custado uma eleição isso, mas eu fiz o correto. Se o atual prefeito tivesse seguido esse plano nosso, hoje Marília, não estaria faltando água. Com certeza absoluta já teria 12 poços perfurados, reservatórios, manutenção da rede adequada. O prefeito fez uma ação eleitoreira. Dizer que o DAEM era viável.
Agora fez essa concessão que, ao meu ver, foi uma má concessão. Pelos valores, pelo plano de investimento e acabou se rendendo ao que que eu tinha falado há 10 anos. Se nós não tivéssemos perfurado esses poços lá atrás, Marília hoje talvez não teria água nem para ninguém. Eu penso vou ver o que eu posso fazer agora com essa construção nova.
Visão Notícias: quanto ao emprego, quais suas propostas?
Marília é a capital nacional do alimento, da tecnologia, porque tem mais de 120 empresas de serviços. Mas, o povo está triste, a cidade está apagada, está murcha porque quem vem consumir aqui da região leva multa, é penalizada no centro, cai no buraco. O centro precisa de uma revitalização.
As empresas não têm incentivo, foram embora de Marília porque foram pedir à prefeitura e o prefeito nem sequer recebeu. Então, eu estou com um programa robusto. Lá no Lácio, vamos implantar o Parque tecnológico, fazer Distrito Industrial, Centro de Inovação, apoiar as empresas, fazer a feira da capital nacional. Não fazer rodeio de última hora para ser uma catástrofe como foi.
Vamos fazer a coisa planejada, fazer a feira da tecnologia com o mesmo conceito, trazer as pessoas para Marília, divulgar coisas positivas, fazer coisas de alto nível, qualificar a mão de obra do trabalhador para que ele possa ganhar um salário melhor, ter um emprego melhor.
O Instituto Federal vai vir para Marília. Nós vamos ampliar a Fatec, você vai poder ter um curso para você poder ganhar mais, ter um emprego melhor. Tecnologia emprega bem. Se qualificar nas empresas de alimentação para você também subir de posto e também ganhar melhor. Eu estou muito atento a esse assunto e nós vamos trabalhar muito.
Visão Notícias: qual a sua mensagem ao eleitor marliense?
Eu tenho a dizer ao leitor o seguinte: a cidade apostou numa aventura há oito anos, elegendo um aventureiro. Deu no que deu. Essa história não pode se repetir. A Prefeitura precisa de gente experiente. Eu posso oferecer para vocês a minha experiência de cinco mandatos como deputado.
Ter passado na prefeitura, saber o que deu certo, o que deu errado, ter condições de fazer melhor, com menos erros e muito mais acertos. O que deu errado, a gente vai descartar. É fundamental ter um bom relacionamento em São Paulo e Brasília, porque lá estão os recursos e isso a gente tem experiência de sobra.
Nós vamos trazer muito recurso para cá com os parlamentares que eu tenho relacionamento e com o governador, que eu tenho uma boa amizade. Então, precisa ter alguém que tire do papel o plano de governo. Não basta só prometer. Assim não dá, a prefeitura está quebrada. O prefeito quebrou a prefeitura. Nós vamos ter que partir para recuperação e fazer mais.
Confira a opinião de Vinicius Camarinha sobre a entrevista:
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